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INCENSO
Durante anos eu procurei por todos os lugares (até na Índia) quem
fazia incenso e fiquei pasmo, pois além de não ter incenso na fórmula as
essências e perfumes eram químicos.
Depois de muito rodar eu encontrei dois, um era feito com
essências naturais, mas ainda não tinha incenso, o outro tinha incenso,
mas estava cheio de química, acabei me deparando com um dilema se eu
quisesse algo bom teria que produzir eu mesmo. E é o que eu faço agora!
Já ia me esquecendo, existe uma outra possibilidade é o incenso
feito com esterco de vaca e por incrível que pareça é o “menos pior”! Por
sorte eles foram proibidos no Brasil.
Mas não fique preocupado se você gosta dos incensos indianos
existe a possibilidade de acendê-lo um pouco antes de sua pratica de
meditação ou deixar o ambiente bastante ventilado e jamais deixá-lo perto
de você.
Incenso é uma palavra que deriva do latim incensum, que significa
incendiar e está relacionada etimologicamente a palavra perfume que vem
do latim per fumum, pela fumaça.
É curioso notar que no sânscrito a palavra dhúpa pode significar
tanto incenso quanto perfume e é um dos produtos mais antigos
comercializados pelo homem.
Em português Incenso refere-se tanto a resina natural, extraída de
plantas das famílias Burseracereae, Estiracaceae e Anacardiaceae, como
as massas aplicadas às varetas as quais são adicionados perfumes e
resinas naturais para aumentar o aroma que é exalado durante a queima.
Bem antes de dominar o fogo o ser humano já tinha conhecimento
sobre a queima de substancias aromáticas através de incêndios ocasionais
em florestas que volatilizavam os aromas das madeiras odoríficas.
Posteriormente, ao dominar o fogo, passamos a queimar essas madeiras e
folhas para reproduzir os diversos cheiros que mais nos agradavam.
No passado o incenso autêntico era uma resina¹ produzida a partir
do córtex do olíbano, árvore da família Burseraceae, (Boswellia serrata)
que era extraída por incisão do seu tronco e que apenas três mil famílias
de Sabeus (antigo povo árabe) conheciam e cultivavam. 
O incenso era recolhido somente depois que a resina secava e
endurecia. Durante muito tempo os comerciantes de incenso mantiveram a
sua procedência desconhecida tanto que até recentemente acreditava-se
que viesse da Índia. As rotas do comércio do Incenso eram mantidas em
total segredo, muitas lendas acabaram se desenvolvendo a partir dos
grandes riscos que eram assumidos pelos donos das caravanas que
atravessavam os lugares mais inóspitos. Era um comércio sagrado, muitos
dos coletores eram eunucos ou castos, pois era sabido que se a resina
fosse colhida por um homem que tivesse tido contato sexual com mulheres
durante uma fase lunar, tornaria o incenso acre ou rançoso. 
                                                
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As resinas são secreções que possuem duas consistências, podem ser sólidas ou semi-
sólidas e são produzidas por plantas e árvores. Para saber se são resinas basta observar se
são solúveis em solventes orgânicos, já as gomo-resinas são parcialmente solúveis em
qualquer tipo de solvente. Na antiguidade, as resinas eram coletadas de árvores que cresciam
na Bacia Ocidental do Mediterrâneo, enquanto as gomo-resinas eram colhidas de árvores das
montanhas no sul da Península da Arábia e na Abíssinia (atual Etiópia).
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