CONSCIÊNCIA (CHAITANYA)
Um yogi não é melhor do que ninguém,
mas tem o dever de ser melhor do que é!
André DeRose
Quando os mestres de Yoga do passado falavam que manter a
mente focalizada no que se está fazendo aumenta o resultado daquilo que
se faz, pensava-se que era um mero efeito placebo. Hoje já se sabe que o
corpo reage imediatamente a tudo que se passa na nossa cabeça.
Existe uma legião de pessoas pregando que a mente é tudo, ela
comanda tudo, só que não é bem assim. A mente sozinha não faz nada,
não adianta falar para o braço ficar forte, é necessário exercitá-lo. Não
adianta pensar na mudança é preciso por em prática, a vontade é
necessária, mas de nada serve vontade sem ação.
Nós temos uma auto-imagem muito forte, cada um de nós recebeu
uma série de instruções, educação, uma linguagem para comunicação.
Somos aquilo que alimentou nossa mente, em outras palavras somos as
expectativas dos outros. Carinhosamente seus pais decidiram que tipo de
informações você deveria receber, que filmes poderia ver, que livros
poderia ler, que grupo social deveria freqüentar, mais tarde você precisou
se adequar a sociedade e absorver certos valores.
Passou a ser o "fulano de tal" que fala português, que gosta de um
tipo de roupa, que freqüenta um determinado tipo de lugar, que gosta de
um estilo musical, com um sotaque regional, que torce para um esporte
específico. Sempre que você se afasta de quaisquer uns desses itens que
lhe definem como essa pessoa, você arranja um jeito de retornar ao ponto
de conforto um lugar que está em conformidade com aquilo que você
acredita ser. Isso significa que se você imagina que é uma pessoa sem
alongamento, o que acontece é que mesmo que você treine, a sua mente
vai lhe sabotar.
Mesmo que você consiga a performance desejada irá perdê-la mais
rápido do que uma pessoa que acredita possuir. Até por que é como você
se reconhece ou seja é a sua auto-imagem. Se você não mudar
interiormente nada mudará do lado de fora também. O mundo que se passa
a nossa volta nada mais é que uma simples projeção da nossa consciência.
A imaginação chega onde a nossa vontade para. Quer ver? Então
vai aí... Pare a digestão! Diminua os seus batimentos cardíacos! Não deu
não é?
Aquilo que imaginamos é tão forte que quando estamos no cinema
vendo um filme de ação nos pegamos freando o carro no lugar do ator, ou
pulando de susto num filme de suspense. Se monitorar o corpo nesses
instantes algo mudou, desde o nível das tensões musculares até pressão
sanguínea, batimentos cardíacos e liberação de hormônios na circulação.
Mostrando que a imaginação é uma das ferramentas mais úteis no Yoga.
Freqüentemente ouvimos numa aula de Yoga sobre localizar a
consciência. Já foi provado que se exercitar sem prestar atenção no
exercício quase não produz mudanças, enquanto alguém correndo numa
esteira ergométrica concentrado naquilo que está fazendo consegue um
determinado resultado, o outro que estiver se distraindo com musica, lendo
um livro ou vendo TV consegue em certas circunstancias menos de 40%
dos resultados. Aparentemente o cérebro precisa participar da atividade
para conseguir aprender e depreender o que foi feito com o corpo como se
fosse uma memória muscular.