37 - BHASTRIKA - respiração do sopro rápido.
Outro nome:
o bhastriká em algumas escolas, é chamado kapálabháti
Apesar de aparecer em trigésima sétima posição na nossa progressão de grau de
dificuldade, bhastrika é um dos primeiros exercícios que um yogi aprende e também é
um dos que vai continuar fazendo até se tornar avançado, pode ser combinado com
ásanas de diversos tipos para lhes dar potência ou resistência na execução.
Se feito em excesso pode produzir certa alcalose respiratória conseqüência da
hiperventilação pulmonar que leva a tonteiras ou desmaios sem maiores conseqüências.
O que ocorre é a grande eliminação de dióxido de carbono (CO2) no sangue, bem como
a quantidade reduzida de ácido carbônico tornando o sangue alcalino.
É o típico exercício para ser conquistado aos poucos, depois de três meses de pratica
diária e constante, a sensação de embevecimento tende a diminuir até desaparecer. São
muito comuns tonteiras e em alguns casos até desmaios causados por esse exercício,
caso aconteça com um aluno seu, não se preocupe, cessando a hiperventilação cessa a
alcalose e a pessoa recobra a consciência em alguns segundos como se nada tivesse
acontecido, apenas uma leve desorientação temporal (muitos pensam ter ficado assim
por vários minutos). Tranqüilize a pessoa e prossiga a aula, mas com isso você
descobriu que esse aluno precisa aumentar a capacidade cardiorespiratória que está
baixa, muito comum em pessoas sedentárias.
O bhastrika gera calor intenso pela quantidade grande de oxigênio absorvido e como
é um gás comburente queima calorias sendo especialmente indicado no inverno. Na
índia os sádhus (muitos não usam roupas e moram em cavernas), podem ser vistos
derretendo neve com o próprio corpo executando exercícios como esse para agüentar os
rigores das baixas temperaturas.
A freqüência mínima é de um segundo para cada duas respirações
(inspiração/expiração), quanto mais avançado você ficar mais rápido vai fazer
começando a introduzir um ritmo mais acelerado, executando ciclos de 30 segundos a
cada volta até conseguir um único ciclo que dure 20 minutos. Enquanto estiver
executando ciclos de 30 segundos faça pelo menos seis ciclos, mas quando alcançar a
meta dos 20 minutos execute apenas uma vez em um único ciclo.
Quase sempre o bhastrika é recomendado na literatura tradicional como equivalente
a uma sessão básica de ásanas.
Enquanto o súryabheda controla o excesso de vento, ujjáyí a linfa ou fleuma
(secreções mucosidade), shítálí e o shítkárí a bílis, o bhastrika combate o excesso de
vento, fleuma e bílis.
Posição: Samánásana, siddhásana, swastikásana, padmásana.
Mudrá: Jñana, mukula, atman.
Execução:
Variação N. 1
(para aumentar a capacidade pulmonar)
a)
Respire com força e ruído e bem rápido por ambas as narinas, fazendo um som
alto como aquele que é produzido por um fole;
b)
Terminando o ciclo, permaneça em e jihva bandha com a cabeça tombada para
trás.
Variação N. 2
(para reter o ar por mais tempo)
a)
Respire com força e ruído e bem rápido por ambas as narinas, fazendo um som
alto como aquele que é produzido por um fole;
b)
Terminando o ciclo, permaneça em kúmbhaka, jalándhara bandha e múla
bandha.
Variação N. 3
(para reter o ar por mais tempo)
a)
Respire com força e ruído e bem rápido por ambas as narinas, fazendo um som
alto como aquele que é produzido por um fole;
b)
Terminando o ciclo, permaneça em shúnyaka e bandha traya.