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RESPIRAÇÃO OU PRÁNÁYÁMA?
Desde que comecei a dar aulas de Yoga, há mais de 20 anos, as
pessoas me procuram e dizem “professor André eu preciso consertar a
minha respiração!” Ou então, “eu respiro tão mal!”. Eu costumo brincar e
dizer, “aparentemente você está fazendo um excelente trabalho; afinal de
contas você está vivo, não é verdade?”. E quase sempre isso arranca uma
risadinha do interlocutor.
No Yoga, falamos para respirar profundamente. Esta tarefa requer a
participação de quase toda a estrutura ósseo-muscular do tronco; sua
prática regular estimula a adaptação da caixa torácica, produzindo uma
maior elasticidade dos pulmões e mobilidade do aparelho muscular
respiratório, acarretando uma respiração muito mais profunda e eficiente.
Como resultado direto do treinamento, aumentam significativamente os
níveis de oxigênio, ocorre a purificação do sangue e, por conseguinte,
revitaliza-se todo o organismo. A respiração profunda é tão produtiva que
põe em ação uma massagem mecânica, produzida pelos movimentos
respiratórios sobre os órgãos e vísceras principalmente o coração,
estômago, rins e intestinos - graças a isso suas funções são
imediatamente estimuladas.
Mas a respiração do Yoga é infinitamente melhor do que isso, ela é
pránáyáma!
Prána é a força que sustenta o universo. Em alguns
Upanishadas é chamado de Jyeshtha, “o mais antigo”, e pode ser traduzido
de diversas formas: energia vital, respiração, respirar, inalar, expirar,
respiração da vida, vitalidade. Suas raízes lingüísticas provêm do termo
sânscrito pra, que significa intenso; e na, movimento. Isto nos indica que
se trata de uma energia que está em constante movimento. Este termo
designa também energia. O que entendemos por energia? Energia é um
termo genérico que abarca várias manifestações distintas. Colocando uma
lente de aumento direcionada para os organismos,ela é proveniente da luz,
do calor, da eletricidade, do processamento dos alimentos e do ar que
respiramos, de onde extraímos boa parte das nossas forças (senão, por
que faríamos isto constantemente?). A quantidade de prána que circula
dentro do organismo está relacionada diretamente ao tempo de vida e ao
vigor de cada pessoa. A segunda parte da palavra pránáyáma é ayáma,
que se traduz como expansão, autocontrole, supressão, restrição,
verificação, propagação. Pránáyáma, portanto é a “ampliação da
vitalidade”.
Nos diversos textos de Yoga aplica-se o termo com díspares
significados, mas todos têm semelhança com os significados acima
descritos.
A respiração do Yoga parte da premissa de que existe alguma coisa
a mais no ar do que uma mistura gasosa de oxigênio, hidrogênio (vapor
d'água), nitrogênio, dióxido de carbono, alguns gases nobres e dependendo
do asseio bucal uma coleção imprevisível de substâncias aromáticas, esse
algo a mais é o prána. Extraímos prána de diversas fontes: do Sol, do Ar,
dos Alimentos, etc. conquanto não sejam nenhum dos elementos físicos ou
químicos que os compõem. Geralmente a ciência pesquisa o prána onde ele
não está.
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