Cada canal (nádí) e cada centro energético (chakra) têm formas e
cores diferentes de acordo com quem observa e é observado. Isso explica
a aparente contradição entre os textos antigos. Constantemente
observamos a energia dos outros debaixo do nosso próprio campo, fazendo
a nossa visão perceber cores levemente distorcidas pela nossa própria
vibração. Analogamente poderíamos dizer que se assemelha muito a uma
pessoa usando óculos coloridos, se você estiver usando lentes vermelhas
tudo que observar terá um tom avermelhado. Essa percepção é sujeita
também as variações energéticas das outras pessoas a nossa volta,
alguém desenvolvido no Yoga terá um campo maior e mais forte com
colorações diferentes e por vezes mais vibrantes que o normal.
Esse fenômeno é causado pela dispersão de forças do corpo
pranico é nele que temos os canais sutis e um isolamento que evita a
perda de energia, mas este isolamento não é perfeito, existe um constante
desperdício e é ele que se manifesta pelo fenômeno da aura. Esse
vazamento é mais intenso nos orifícios naturais e igualmente nos orifícios
acidentais como ferimentos e cicatrizes.
A função do pránáyáma é ampliar a quantidade de prána que
circula no corpo sutil súkshma sharíra e para isso é fundamental que os
canais estejam completamente desobstruídos principalmente os canais idá
ou chandra nádí, pingalá ou súrya nádí e Sushumná ou agni nádí. Idá
(pálido, conforto) possui característica lunar e fria de força centrípeta que
começa na narina negativa descendo helicoidalmente transpassando os
chakras até chegar à base da coluna transportando o apána váyu
simbolizado pela cor branca. Quando o fluxo está ativo neste canal ele
induz a passividade, introversão, concentração e intuição; pingalá
(avermelhado, calor) é o canal solar, quente e ativo de força centrífuga
começa na narina positiva descendo helicoidalmente transpassando os
chakras até chegar à base da coluna transportando o
prána váyu
simbolizada pela cor vermelha. Quando o fluxo está ativo neste canal ele
induz atividade, extroversão, lógica analítica e objetividade; o terceiro
canal Sushumná (graciosíssima) é o canal central que vai da base da
coluna até o topo da cabeça. A Sushumná também é chamada de Brahma
nádí ou samvitti nádí.
Das três o mais importante é o sushumná a nádí central e
independente que percorre o interior da nossa coluna vertebral, que o
indiano chama de mêrudanda, mêru é monte sagrado o "axis mundi", o eixo
do mundo na mitologia hindu, e danda é bastão. Sushumná é um canal
composto de três camadas em anéis concêntricos cuja parte externa
possui o mesmo nome, depois a divisão intermediária vajrá ou vajriní nádí
(canal do raio) e a terceira no miolo chitriní nádí (canal brilhante) dando a
idéia de que é neste canal que yogi desperta a sua própria consciência
chit. Ela inicia no múládhára chakra que é a sede da kundaliní e sobe até o
brahmárandhra, no topo da cabeça, normalmente esta nádí não conduz
nenhum váyu, entra em atividade somente no momento do despertar da
shakti kundaliní que sobe por dentro da coluna em três estágios
controlados pelos granthis. Função a qual os pránáyámas são essenciais
nesse processo.